quarta-feira, 21 de maio de 2014


 

Hoje o despertador tocou de maneira diferente o toque já não é ao som da canção do engate, nem tampouco a dos Rádio Macau, amanhã é sempre longe demais. A música era uma mensagem tua anunciar a tua chegada.

Chegaste mesmo?

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Stop now.


Senta-te e lê-me! Gosto de escrever, ou melhor, a ti, em particular a ti, que me sabes ler.

Agora senta-te e observa com atenção as palavras que faço deslizar porque apenas as vou escrever uma só vez. Basta apenas uma vez para que saibas a intensidade do que te quero dizer, ou no fundo do que quero que saibas que eu sinto, isto porque faço deslizar sentimentos e não palavras. Consegues percebe-los? Escrevo-te nas entrelinhas e ouço Maria Gadú. Relembro o abraço terno que fizemos acontecer num estalar de dedos com uma vontade mútua e fico nele. Resguardada de tudo e todos. Canto ao som da música "tudo diferente" ou  "quase sem querer"  e perco-me numas outras tantas  sorrindo pelo bom que foi  despirmo-nos um para o outro sem repararmos e assim nos deixamos ficar tempo sem fim. Acontece nos encontrar sempre que nos procuramos e hoje foi bom. "Será melhor ainda", assim fica a tua promessa da próxima procura.

Estaremos mais perto, ainda que longe mas estaremos sempre porque desde sempre assim foi .

 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Inês resiste e conta o tempo!

Mas tu bem sabes, Inês, o risco que corres ao dar a mão ao Pedro, não sabes?
 
Inês sabia bem o risco que corria ao dar a mão a Pedro e o difícil inverno que teria pela frente. O risco de largá-la, devido às tempestades que iria  passar, seria grande mas decidiu arriscar. Ela não era só a pequena jovem que acreditava nos sonhos, mas também sabia que algo de bom poderia ser possível ao fim deste inverno que foi mais denso que os outros invernos e agora está quase no fim. Este foi apenas aquele em que Inês quis resistir, não por teimosia mas porque o ritmo do coração assim o quis.
O sol já espreita por entre as nuvens, já anuncia a chegada de Pedro. Ela sorri a cada raio que rasga pela sua janela e orgulha-se do quão forte foi ao resistir às tempestades deste inverno.
Reviram-se noites a pensar no reencontro, gritam-se saudades em palavras escritas que tentam alimentar o sentimento que os une, tentam encurtar a distancia e que fazem tornar a chegada mais esperada que qualquer outra coisa.
Pedro manda-lhe um bilhete lá de longe e pede-lhe que não lhe deixe de escrever, que gosta de a ler mesmo quando ela fala teima em falar apenas nas entrelinhas. E não saberia ele, melhor que ninguém, ler estas entrelinhas?
- Dou-te um carinho mesmo que em fantasia Pedro para que o sintas como se estivesse aí contigo, quando precisas do meu toque e eu do teu.
O “beautiful day” http://www.youtube.com/watch?v=co6WMzDOh1o&feature=kp  está para breve e o tempo vai deixar de ser tão farrusco pois os tempos mudaram e Pedro não volta de cavalo tal como esperado mas sim num avião!
És frágil Inês mas não será só de aparência?  Começam ambos em contagem decrescente para que o sol volte aquecer os dias de Inês, tal e qual antes de Pedro ter partido!
 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Partiu!


Sem contar, ou já com hora mais ou menos prevista, sai disparado o aviso em sinal intermitente: partiu!
Assim sai também como um disparo do coração, uma espécie de tranquilidade ou de ao mesmo tempo de sentimento de perda, um vazio como se já não houvesse nada a fazer, como se algo de tão bom se tivesse perdido por entre os dedos, assim, num abrir e fechar de olhos!
Ao beijo rápido que preferia ter trocado pelo abraço, mas haveria certamente o risco de te pedir para ficar e a partida ia doer mais,  fica a sensação que partes cedo demais ou que daria tudo para não voltar a sentir o travo amargo da despedida. Desta forma, já pouco adianta olhar pelo lado de cá do vidro que nos separa e nos torna, de forma rápida, tão longe mesmo ainda tão perto.
Espero mais um pouco e, depois deste sinal, resta-me virar costas ao lugar que já não tem mais nada para me dar nos próximos tempos, com alguma pressa confesso, não vá escorregar alguma lágrima teimosa que não queira que vejas.
Aquele lugar de partidas e chegadas que tão depressa me faz sorrir como me faz chorar, tão depressa me faz desejar partir como chegar, tão depressa me faz querer que chegues, como que não vás nunca mais, só para não ter que voltar a sentir aquele aperto da despedida e a incerteza do amanhã.
 Trago na memória que é aquele lugar, que me vai fazer contar histórias, umas outras tantas como fez até hoje, que vai mexendo e me vai embalando tão bem e o qual não consigo deixar de me encostar.
Irrequieta diria, é assim que fico, cada vez para lá vou e que por lá ando à espera de buscar algo, mesmo quando vou deixar.
Assim deixo este lugar que desde sempre faz parte o partir e o chegar e que nunca saberei ao certo que coisas lá vou encontrar!

quarta-feira, 5 de março de 2014

Ficas e não sabes!

É meia-noite e vinte e cinco e apareceste!
Mais uma vez, sem avisar tal e qual como fizeste das outras vezes, entraste sem bater à porta, sem pedir permissão e ficaste como se já te sentisses em casa e quando menos esperei viraste costas e foste!
Mergulhada na saudade, enternecida pelas memórias que ficaram guardadas no baú da razão ou talvez seja mais do coração, assim mesmo lá de longe consegues fazer com que largue um sorriso. Aquele sorriso de felicidade de quem teve a sorte de partilhar momentos tão especiais e que mesmo tendo-te longe, ainda consegues voltar sempre que queiras, sem ser preciso um aviso prévio, uma permissão para entrar e tempo para ficar, porque tu já fazes parte e tomarás o tempo que quiseres, porque mesmo de longe continuas aqui. E no fundo se reparares bem, tu nunca chegas realmente a partir! 

terça-feira, 4 de março de 2014

Ao que vou não sei, sei que vou!

Saio porta fora e no fundo nunca sei ao que vou, sei apenas que vou. Vou com uma ideia na mente, um propósito no coração e quando chego sinto que tudo mudou.
Quando chego apercebo-me que o que vou trazer é muito mais do que o que levo.
Faço, por vezes, um desvio no meu de caminho, ou apenas percebo que o que parecia não é e ainda bem que não!
  Entrego-me à surpresa que me é reservada e deixo-me ficar sentada no baloiço que gentilmente me convidaram a sentar.
Nisto passa lentamente, ao meu lado, um estranho de voz enrouquecida e que de forma  delicada me convida ouvir as histórias dos seus escritos, numa voz desgastada pelo tempo e que  guarda o cansaço de uma vida trazida de um vai vem de recordações. Desatentamente aceitei o convite e acompanhei-o nas viagens feitas, que contava nas entrelinhas dos desabafos que o fazia acreditar que a idade não é entrave quando se quer muito algo e que a solidão, que por vezes sentia, essa era apenas por opção. Descreve-a com coragem de quem contraria o que no fundo sente e nisto balanço suavemente para trás e para a frente, neste baloiço que me foi dado e deixo-me ficar na descodificação de informação levada ora à razão, ora ao coração. Entre uma e outra tentativa tentava perceber com quem falava, mas acabei por me deixar levar apenas pelas palavras que soltava, no compasso da impaciência pela  chegada do escritor esperado.
Sorrio e percebo que o sentido não estava no propósito inicial, quando fui aquele lugar, mas sim no que esse propósito me estava a conduzir.
Ao propósito inicial percebo que o que lá fui fazer foi muito mais do que aquilo que contava. A ideia que trago é outra, o propósito tornou-se em realização e quando continuo o caminho, percebo que nada é por acaso e que quando saio não sei ao que vou, mas sei que vou!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Cheiro a ti!

Encontrei-te numa prateleira, a ti não, ao teu cheiro!
Tal e qual sem nenhuma alteração, num saquinho que ainda sem pegar já sentia à entrada da loja, aquele cheiro de quando estou contigo. Encontrei-o e agarrei-o de imediato para que não esperasse mais ali, naquela prateleira. Para que não esperasse tal como estes anos todos que também nós tivemos que esperar…
Apeteceu-me levar o stock todo para te espalhar por todos os sítios por onde estou, para te poder sentir presente em todos eles. Cheira tão a ti mãe que não consegui largar nunca mais aquele saquinho, que nada mais da loja me conseguiu tirar atenção e cada vez que entro no carro, no meu quarto, sinto-te tão perto de mim apesar de estares longe.
É tão teu, é tão nosso, é tão próprio das minhas férias passadas contigo… É um saquinho que parece guardar lá todas as memórias onde consigo sentir os risos, as recomendações e sentir o teu cuidado comigo antes de sair à rua por causa do sol ou do frio, naqueles dias de quando estava muito vento, por causa dos ouvidos, lembraste?
Agora parece o que o ar espalha magia e não dependo tanto da minha memória e das fotos, tenho um cheiro tão teu, que fecho os olhos, viajo e sinto-te comigo e por segundos estás mesmo! Parece que foi uma prenda que recebi neste ano que não estiveste comigo, por isso, agarrei-a sem hesitar e não vou largar nunca! Porque afinal encontrei-te de alguma forma!
01-01-2014

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Larga a capa!


Tira a capa e anda …tira-a e diz ao que vens. Larga o silêncio que fala demais e não deixa perceber afinal o que tanto que queres dizer.

Tira a capa, que já faz tempo que a carregas, aqui e agora sem mais demora, anda para que te possa ver melhor e saiba afinal de que te proteges tanto.

Chegou a hora de a despires, com calma, sem medo, com confiança e acima de tudo com toda a vontade de mostrar apenas o que guardas e  não queres que ninguém veja. E no fundo, mesmo agora, ninguém verá a não ser apenas tu e eu!
 
Só para mim, só para nós, aqui e agora, tira a capa.

 

Taquicardia


Ao palpitar arritmado de um coração louco assim  te escrevo uma carta para que talvez um dia possas lê-la e saber a sensação que causas no meu coração. Escrevo-a e deixo-a debaixo da almofada para o dia em que voltares a deitar-te nesta mesma cama.

Taquicardia diria o médico numa situação normal, que na tentativa entre uns comprimidos e outros talvez passasse. Mas não passou, a medicação não estava correta ou a medição está longe de estar em farmácias ou remédios feitos em casa, a cura está a quilómetros de conseguir alcançar. Assim ponho o meu coração, dentro de uma gaveta para evitar este palpitar que parece que salta corpo fora, que não controlo e que posso acabar por o perder em qualquer virar da esquina. Deixo-o aqui guardado para que ele não cause estragos com a sua arritmia maluca até que eu encontre quem me leve pra lá das fronteiras na procura certa do que ele precisa. Deixo-o aqui protegido de qualquer estrago que possa causar, a ele ou alguém que ao acaso vá a passar.

Por enquanto fica diagnosticado como sendo taquicardia, nos registos médicos, para que saibam que o bater arritmado é o normal do anormal.