quarta-feira, 27 de julho de 2011

Parti!

Sem ti ao meu lado e com os olhos postos no céu, parti!
Sem dar justificações a ninguém, fui.
Chegou a hora sabias? Mas não fui eu que decidi…Aconteceu!
Talvez cedo, talvez tarde ou simplesmente na hora que tinha que ser. Levei comigo o teu sorriso e a minha satisfação de te ter diluído em mim, sem sequer pensar que um dia possa querer ver-me livre desta mescla que agora sou eu. Só porque não vai acontecer. Só porque foste a quantidade necessária para me poder renovar, viver, sentir e no fim ser um novo eu….para finalmente ter conseguido partir com coragem ou então não tivesses tu me abraçado!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Vê o mapa!

Num caminho incerto onde o que não admites defines por certo. É assim que me les e não sabes… procuras-me e não sentes…tens-me e não vês… estou e não me queres, parto e não deixas que os teus olhos consintam …onde é incerto esse teu relógio no qual não deixas o tempo correr com naturalidade.
Há lições que não queremos aprender…talvez por teimosia em admitir que há coisas que não mandamos…ou talvez porque não queremos reconhecer que o essencial é invisivel aos olhos, que sai fora do controlo da razão...
Situa-te agora e deixa o relógio dar as batidas certas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A porta

 
Vai e abre a porta.

Talvez lá fora haja
uma árvore, ou um bosque,
um jardim,
ou uma cidade mágica.

Vai e abre a porta.
Talvez haja um cão a vasculhar.
Talvez vejas um cara,
ou um olho,
ou a imagem
de uma imagem.

Vai e abre a porta.
Se houver nevoeiro
dissipar-se-á

Vai e abre a porta.
Mesmo que nada mais haja
que o tique taque da escuridão,
mesmo que nada mais haja
que o vento surdo,
mesmo que nada haja,
vai e abre a porta.

Pelo menos
Haverá
Uma corrente de ar.

Miroslav Holub