Sem contar, ou já com hora mais ou menos
prevista, sai disparado o aviso em sinal intermitente: partiu!
Assim sai também como um disparo do
coração, uma espécie de tranquilidade ou de ao mesmo tempo de sentimento de
perda, um vazio como se já não houvesse nada a fazer, como se algo de tão bom
se tivesse perdido por entre os dedos, assim, num abrir e fechar de olhos!
Ao beijo rápido que preferia ter trocado
pelo abraço, mas haveria certamente o risco de te pedir para ficar e a partida
ia doer mais, fica a sensação que partes cedo demais ou que daria tudo para não
voltar a sentir o travo amargo da despedida. Desta forma, já pouco adianta
olhar pelo lado de cá do vidro que nos separa e nos torna, de forma rápida, tão
longe mesmo ainda tão perto.
Espero mais um pouco e, depois deste
sinal, resta-me virar costas ao lugar que já não tem mais nada para me dar nos
próximos tempos, com alguma pressa confesso, não vá escorregar alguma lágrima
teimosa que não queira que vejas.
Aquele lugar de partidas e chegadas que
tão depressa me faz sorrir como me faz chorar, tão depressa me faz desejar
partir como chegar, tão depressa me faz querer que chegues, como que não vás
nunca mais, só para não ter que voltar a sentir aquele aperto da despedida e a
incerteza do amanhã.
Trago
na memória que é aquele lugar, que me vai fazer contar histórias, umas outras
tantas como fez até hoje, que vai mexendo e me vai embalando tão bem e o qual
não consigo deixar de me encostar.
Irrequieta diria, é assim que fico, cada
vez para lá vou e que por lá ando à espera de buscar algo, mesmo quando vou
deixar.
Assim deixo este lugar que desde sempre faz
parte o partir e o chegar e que nunca saberei ao certo que coisas lá vou encontrar!