Estava uma tarde agradável de final de verão daquelas de cheiros únicos e
paisagens indescritíveis e bem tímidos, de sorriso nos lábios e mãos dadas Pedro e Inês
passeavam sobre a ponte, aquela mesma que tinha o nome deles “Pedro e Inês”,
na linda cidade dos estudantes e de olhar fixo no correr da água, deixaram-se
ficar pela simplicidade de um abraço recordando
a tarde que passaram juntos na incerteza que aquele momento algum dia se pudesse
repetir, quiseram apenas dar valor ao carpe diem não tocando na palavra adeus
nem tampouco em despedida.
- “Foi pouco o tempo”, disse Inês entristecida
por nada poder fazer sobre a impotência do tempo, para fazer prolongar tão bons
momentos sobre a companhia de Pedro.
- “Sim Inês, mas foi-o de facto muito bom e se tu o quiseres, o tempo,
esse tempo que julgas imenso, o tal que temos pela frente, vai correr como esta
àgua que passa neste rio e nós voltaremos cá e neste mesmo sítio voltarei a
esperar-te. Tal e qual como hoje e voltarei com o calor, o mesmo que me viu partir e ao invés de um “até já” dar-te-ei um beijo e levar-te-ei comigo até um tempo
e lugar que se chama sempre”, sussurrou-lhe Pedro como que uma proposta.
Mas tu bem sabes, Inês, o risco que corres ao dares a mão ao Pedro, não
sabes?
O tempo vai fazer correr forte a corrente do rio, por vezes, bastante forte e no inverno que se aproxima podes não conseguir
segura-la…és frágil e o final de Pedro e Inês é trágico, lembraste da história
não lembras? Ou poderá ela agora ser diferente?
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