domingo, 21 de março de 2010

Morre lentamente...

Morre lentamente quem não viaja
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente,
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,
Quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor,
Ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente,
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
E os corações aos tropeços.

Morre lentamente,
Quem não vira a mesa quando está infeliz,
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto,
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos…

Pablo Neruda





P.s- Não quis morrer lentamente por isso este fim de semana apesar do cansaço que me devora aos poucos virei a mesa e valeu a pena...vou continuar a virar a mesa sempre que restar um bocadinho de força...tudo porque há momentos que valem muito. POrque vale a pena párar o tempo por um momento.

5 comentários:

  1. Olá :)
    Obrigado por me seguires, ao vir cuscar o teu blog encontrei este poema que tanto gosto, até já fiz um post com ele :)
    http://olharguardado.blogspot.com/2009/10/morre-lentamente.html

    Andreia Dias

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  2. Retribuo o agradecimento. Sem duvida que este poema é impecavel...vou citado num momento especial por isso o pus aqui.Por ter sido dito numa altura tao certa. Faz bem parar um pouco sobre as palavras que nele repousam.
    Este blog anda assim aos altos e baixos...porque no fundo o que escrevo nao para so por aqui...parabens pelo teu! gosto!

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  3. Menina com bom gosto...boa escolha.

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  4. Poema excelente...
    Não é apenas questão de bom gosto, é ver que os momentos sejam eles bons ou maus, há que dar a voltar e ser sempre positivo, para não morrermos lentamente

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