Ao palpitar arritmado de um coração louco assim te escrevo
uma carta para que talvez um dia possas lê-la e saber a sensação que causas no
meu coração. Escrevo-a e deixo-a debaixo da almofada para o dia em que voltares
a deitar-te nesta mesma cama.
Taquicardia diria o médico numa situação normal, que na
tentativa entre uns comprimidos e outros talvez passasse. Mas não passou, a
medicação não estava correta ou a medição está longe de estar em farmácias ou
remédios feitos em casa, a cura está a quilómetros de conseguir alcançar. Assim
ponho o meu coração, dentro de uma gaveta para evitar este palpitar que parece
que salta corpo fora, que não controlo e que posso acabar por o perder em
qualquer virar da esquina. Deixo-o aqui guardado para que ele não cause
estragos com a sua arritmia maluca até que eu encontre quem me leve pra lá das
fronteiras na procura certa do que ele precisa. Deixo-o aqui protegido de
qualquer estrago que possa causar, a ele ou alguém que ao acaso vá a passar.
Por enquanto fica diagnosticado como sendo taquicardia, nos
registos médicos, para que saibam que o bater arritmado é o normal do anormal.
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